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Dida Melo

Dida Melo
Quando criança, eu participava de festinhas pela vizinhança, onde já me destacava pela maneira como dançava, mesmo sem nunca ter freqüentado escola de dança. Na adolescência me juntei a um grupo de amigos para treinar passos de lambada. Sem nenhuma experiência, tinha dificuldade de realizar passos, fazer movimentos que exigia uma força maior, mas apesar das limitações, sentia muita satisfação em dançar. Já na fase adulta tive a oportunidade de desenvolver a dança com Stella Aguiar, quando divulgou a dança na empresa em que trabalho: Hospital Albert Einstein.

A partir daquele momento, não perdia uma única aula. Várias vezes deixei de almoçar para participar da aula. Estar ali era maravilhoso. Eu esquecia todos os problemas, conhecia pessoas e aprendia passos, isso fazia elevar minha auto-estema. Minha vontade era de aprender cada vez mais. Ao entrar de férias, resolvi ir para o Núcleo de Dança Stella Aguiar, para continuar meu aprendizado e desenvolvimento. Sempre me cobrava quanto à qualidade do que fazia, e na dança não foi diferente. Pra mim era preciso aprender com qualidade.

Após entrar no NDSA como aluno bolsista, procurei estar sempre atento ao que os professores ensinavam. O aprendizado foi se tornando difícil à medida que o nível ia crescendo. Ficava chateado por não conseguir realizar algum passo, mas na aula seguinte estava lá insistindo, ate conseguir. Com empenho e dedicação, ano a ano fui evoluindo e cheguei à posição de professor. Durante o aprendizado e a profissão, participei de apresentações como aluno bolsista, entre elas Samba Funk, Samba Zouk, Country, Forró. Fui o coreógrafo do Forró Universitário para alunos e bolsistas, fiz apresentação de ritmo brega, com bolsistas iniciantes, em prática da academia.

Hoje, como professor, tento passar para meus alunos não só o aprendizado, como também o prazer em dançar a dois. Me recordo de um caso que me tocou profundamente e tomo a liberdade de dividi-lo com vocês. Há quase 1 ano dou aula particular para uma senhora. Ela já havia passado por algumas escolas, mas nunca conseguiu desenvolver na dança. Ao observar que sua dificuldade era compreender o ritmo da música nas suas batidas, comecei a orientá-la, mas ela não compreendia. Então um dia, ao término da aula, nos sentamos à beira da mesa e coloquei um samba. Comecei a bater com as palmas das mãos, no nosso Tik, tik, tum e pedi pra ela tentar me acompanhar. Começou mas não conseguiu. Insisti até a quarta vez, foi quando observei que no meio da música ela estava no mesmo ritmo que eu e antes que a música terminasse parei de bater palmas e pedi que continuasse. Ao perceber que tinha conseguido, seus olhos começaram a lacrimejar de emoção, ao compreender o que até então não compreendia. Naquele momento percebi que o maior valor em dar aula, é quando o aluno, consegue superar dificuldades e assimilar os ensinamentos, e assim executá-los. É maravilhoso poder vivenciar o entendimento e o crescimento do aluno.